Espetáculo integrado no projeto intermunicipal de programação em rede “Bezaranha” é protagonizado por grupos de dança são-brasenses inspirados na poesia do poeta Bernardo de Passos, poeta do amor e da ternura.
O Cineteatro São Brás acolhe esta sexta-feira, dia 29 de outubro, pelas 21h30, o espetáculo “Dançando nos Passos de Bernardo”, onde a música, a dança e a poesia se unem para homenagear o poeta Bernardo de Passos, expoente máximo da cultura são-brasense, que nasceu justamente neste dia há 145 anos.
“Dançando nos Passos de Bernardo – Quando a poesia inspira o corpo… a dança acontece!” é um espetáculo promovido pelo Município de São Brás de Alportel no âmbito do projeto intermunicipal de programação em rede “Bezaranha – Há ventos que vem por bem!”.
Um espetáculo construído a muitos pés por um conjunto de agentes culturais locais: as associações São Brás Bailando e Urban Xpression, a Escola de Dança Municipal e o projeto de poesia GUME – de Fernando Guerreiro, que aceitaram o desafio de dar passos de dança às palavras deste poeta singular, para transmitir a sua mensagem intemporal de fraternidade, de humanidade e de verdade, aproximando as gerações mais novas da obra literária de Bernardo de Passos.
Um espetáculo de entrada gratuita, mas sujeita à lotação do Cineteatro São Brás, sendo possível levantar ou reservar os bilhetes na Galeria Municipal de São Brás de Alportel ou através dos contactos: 289 840 211. No próprio dia do espetáculo a bilheteira do Cineteatro abre às 20h30.
Além da sua apresentação no Cineteatro São Brás também será transmitido em direto nas redes sociais do Facebook do Município de São Brás de Alportel e do programa “Bezaranha”.
Importa referir que o Município de São Brás de Alportel participou nesta primeira edição do Bezaranha com dois espetáculos, nomeadamente, o “Dançando nos Passos de Bernardo” e o “Sons de São Brás” que foi transmitido pela primeira vez a 1 de junho, Dia do Município de São Brás de Alportel e que ainda pode ser apreciado nas redes sociais, Facebook e Youtube do Município de São Brás de Alportel.
O “Sons de São Brás” começou com um desafio lançado aos autores são-brasenses para apresentarem os seus projetos originais. Deste desafio nasceu um espetáculo que dá a conhecer o concelho ao longo da apresentação de 12 temas originais e um tributo a autores do passado. A sua produção envolveu mais de 30 músicos e 25 bailarinos.
Bernardo de Passos
Bernardo Rodrigues de Passos nasceu em São Brás de Alportel a 29 de outubro de 1876.
Modesto, generoso, solidário e idealista, foi poeta por excelência.
Bernardo Passos começou muito cedo a publicar as suas poesias em jornais do Algarve, assinando «Passos Júnior». Poeta de grande inspiração, sensibilidade e forma puríssima, cantou a paisagem algarvia, a Natureza e a Mulher! Através da sua obra demonstrou, de acordo com os seus ideais políticos, preocupações sociais e, com grande subtileza, fez críticas a favor dos mais desfavorecidos.
Bernardo de Passos abraçou profundamente os ideais republicanos, que defendeu, em muitos artigos assinados com o pseudónimo de «Brás Brasil», e divulgou, com atitudes únicas, nomeadamente dando aulas gratuitas no centro republicano então existente em São
Brás de Alportel.
Depois de uma curta permanência em Lisboa, onde foi ajudante de farmácia, Bernardo de Passos foi escrivão em São Brás de Alportel e cofundador e dirigente do jornal «Correio do Sul». Com a implantação da República foi nomeado administrador do concelho de Faro e depois secretário da Câmara Municipal de Faro, cargo que ocupou até ao seu falecimento.
Em 1902 publicou o seu primeiro livro, «Adeus»; em 1907 seguiu-se «Grão de Trigo»; «Portugal na Cruz» foi editado em 1909 e, em 1913, «Bandeira da República».
Em 1930, logo após a sua morte, foi lançada a obra «A Árvore e o Ninho» e, em 1936, também publicada postumamente, «Refúgio».
Em 1983 a Câmara Municipal de São Brás de Alportel editou a obra completa de Bernardo de Passos, permitindo às gerações vindouras um melhor conhecimento do valor intelectual de um dos mais inspirados poetas de língua portuguesa.
Dormita a aldeia ao longo da verdura,
E, em torno, as fontes vão cantando às mágoas…
Assim tranquila, caiadinha e pura,
Parece um cisne de brilhante alvura,
Sonhando quieto no frescor das águas…
(«Minha Aldeia», in A obra poética de Bernardo de Passos, Edição Câmara Municipal de São Brás de Alportel, 1983, p. 59)
Câmara Municipal de São Brás de Alportel
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